quinta-feira, 28 de junho de 2018

GAAX: Lo-Fi 100% tropical





Dia desses, recebi uma mensagem pelo inbox em que o sujeito dizia ter visto e curtido o blog graças a um post sobre o californiano (e despirocado) Ariel Pink. Foi algo que também incentivou meu interlocutor, que é músico, a enviar seu trabalho.

Nesse momento, descobri quem era o carioca Felipe Oliveira e seu projeto indie chamado GAAX. O que me deixou mais curioso foi o fato de Felipe fazer parte de um dos selos mais legais do Brasil: o Transfusão Noise Records, lá do Rio de Janeiro.  

Comandado pelo grão-mestre do lo-fi tupiniquim Lê Almeida, a gravadora lançou um monte de gente bacana que tem em comum o apreço pela psicodelia dos anos 90 e 2000, o pedal fuzz e letras em bom português.

O disco mais recente de Lê, ‘Todas as Brisas’, é uma delicia e foi eleito por este colunista como um dos melhores de 2016.

Campo dos Sonhos
Ouvi dois discos do GAAX e gostei muito, principalmente ‘Campo dos Sonhos’, de 2015, produzido por Lê Almeida. Ali estão escancaradas as principais influências de Felipe: Guided By Voices, Pavement e o próprio Lê que também toca bateria na banda.

O segundo, ‘Senhor da Ciência’, com 25 (!) músicas, foi registrado num gravadorzinho Taskam de quatro canais e é lo-fi puro. Tosco e maluco, parece uma mistura de Daniel Johnston e Captain Beefheart.

“O Gaax veio como uma forma de manifestar sentimentos, ideias do processo criativo e da vida”, diz Felipe, em entrevista por e-mail.

 Ele conta que em 2013, tinha uma banda chamada Suite Parque junto com o Lê Almeida e Evandro Fernandez (Carpete Florido). Na época, Lê deixou a tal mesa Tascam de quatro canais com ele, a qual começou a utilizar para compor e gravar com mais frequência.

“Essas músicas já não entravam bem no Suite Parque, foi quando surgiu a necessidade do Gaax existir”, informa.


Incentivo
Felipe diz que desde o início Lê Almeida o incentivou. O resultado foi a gravação, produção e lançamento de seus discos pela Transfusão Noise. Se não bastasse, o dono do selo ainda toca bateria na banda.

“Trabalhar com a Transfusao é muito motivador para mim, tanto pela questão de afinidade sonora quanto pela liberdade que tenho com eles. A galera é super amiga e se preocupa um com os outros. Isso torna uma energia linda nas gravações e nos shows”, garante.

Mas por causa da crise que afeta o Rio de Janeiro, o músico veio para Ribeirão Preto onde vive há dois anos com a esposa. E, além das praias ensolaradas, deixou para trás os companheiros de banda.

Mas isso não desanimou Felipe que já sonha em lançar o quarto disco da banda em breve.
“Estou com musicas prontas para gravar desde o ano passado, mas não tive tempo de ir no Rio ainda. Iremos gravar no Escritório, que é a base da Transfusão Noise Records”,  diz.

Quem viver verá (e ouvirá)! Por enquanto, ouça 'Campo dos Sonhos' na integra no link abaixo...





sexta-feira, 1 de junho de 2018

Forró de respeito!


Um festival de música feito no interior paulista, no muque, sem leis de incentivo ou dinheiro público chega a sua 28ª edição com uma programação invejável. O Forró da Lua Cheia, sediado numa fazenda da pacata Altinópolis, região de Ribeirão Preto (SP), e realizado nesse final de semana, é um exemplo de empreendedorismo e longevidade.

Criado pelo empresário e fazendeiro Edgard Meirelles nos longínquos anos 1980, o que era para ser uma festa entre amigos, tornou-se um dos maiores eventos culturais do Brasil fora-do-eixo.

A programação desse ano é a melhor de todas as suas edições. Confira aí: Vanguart, Nação Zumbi, Emicida, Baiana Sound System, Rincon Sapiencia, Bixiga 70 e o veterano Walter Franco são alguns dos nomes que vão subir ao palco principal em quatro dias de festa.

Eu mesmo já toquei lá duas ou três e vezes com o Motormama e foi um dos poucos lugares deste país em que recebi o cachê com antecedência. 





Mudança
 O evento só melhorou com o tempo. Numa mudança de proposta artística, seus organizadores conseguiram se distanciar do ranço riponga e saudosista de outros anos para investir em novos nomes relevantes da cena nacional.

Claro que os veteranos continuam a dar o ar de sua graça, mas que outro festival traz o lendário e, infelizmente, esquecido Walter Franco como atração de destaque?


Não é pouca coisa, principalmente numa época de crise em que muitos eventos de música dita alternativa encerraram suas atividades ou mudaram a ‘proposta’. Um bom exemplo é o (até então) celebrado Tim Festival que anunciou uma guinada de 360 graus para uma vertente mais ‘popular’. E dá-lhe sertanejo e axé.

Vida longa ao Forró da Lua Cheia!



Tamo aqui!

Os melhores de um ano caótico!

Sim, gente amiga, Saturno Pop também organizou uma lista dos melhores do ano. A diferença é que em tempos virtuais, resolvemos resumir as es...

Saturno Pop is Alive