quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Festa pós-punk no interior



Se alguém me dissesse anos atrás que bandas como Gang of Four e New Order fariam shows em Ribeirão Preto e Uberlândia eu iria morrer de rir. Pois bem, essas duas verdadeiras referências do pós-punk inglês vão estar ao vivo e a cores nos palcos do interior paulista e mineiro neste final de mês.

A Gang of Four toca neste sábado, dia 24, no Galpão de Eventos do Sesc Ribeirão Preto, e o New Order se apresenta dia 30 na Arena Sabiazinho de Uberlândia. A coisa fica ainda mais surreal se imaginarmos que o resto da turnê nacional desses dois ícones dos anos 1980 se limita a metrópoles como São Paulo e Curitiba. E só.


Flashback
Veja bem, não estamos falando de grupelhos gringos decadentes que resolvem reunir alguns hits meia bomba pra festas flashbacks pelo Terceiro Mundo. G4 e NW juntos influenciaram mais bandas no planeta do que toda a turma de Seattle e mais até do que grupos como o Queen, por exemplo.

Para uma região tomada pela música sertaneja e pelo cover, a presença dessas duas lendas britânicas merece uma verdadeira procissão. Ambos foram pioneiros em suas áreas e deixaram um legado único e permanente.


Funk punk
Vejamos a Gang of Four. Tudo bem que hoje o quarteto de Leeds se resume ao genial guitarrista Andy Gill e um trio de jovens que ele arrumou para substituir os parças Dave Allen (depois Sarah Lee), Jon King e Hugo Burnham. Mas vê-los em ação tocando clássicos como ‘Damaged Goods’, ‘At Home he’s a Tourist’, ‘To hell with Poverty’ já vale muito mais do que o preço do ingresso (módicos 17 reais!!!!).

O ‘funk punk’ energético, marxista e esquizofrênico do G4 influenciou muita gente: U2, New Model Army, The Cure, Rage Against the Machine, Jesus Lizard, Rapture, Franz Ferdinand e Artic Monkeys são alguns nomes lá fora que morrem de amores pelos caras. E por aqui, grupos como Legião Urbana, Titãs, Mercenárias e Plebe Rude beberam na fonte.


Manchester
New Order nem se fala. Nascida das cinzas do Joy Division, a banda colocou a cidade de Manchester no mapa mundial e tirou o pós-punk do underground para entregá-lo de bandeja ao grande público. Isso tudo sem nunca abrir mão de sua originalidade e independência.

G4 e NW merecem total reconhecimento pelo que representam para a música pop. Assisti-los longe dos grandes centros pode ser um claro sinal de que nem tudo está perdido no deserto cultural que persiste por essas plagas. Que as novas gerações de artistas e produtores tenham esses shows como exemplo. Saravá!!!

Tamo aqui!

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