O que assusta mais? Saber que uma criatura como Charles
Manson existiu ou descobrir que o sujeito ainda tinha admiradores mais de
quatro décadas após seus crimes?
No dia em que Manson finalmente morreu, Daron Malakian,
guitarrista da banda System of a Down, apareceu nas redes sociais defendendo
seu ídolo, vestindo uma camiseta com o rosto do maluco estampada.
Levou chumbo e seu pedido de desculpas foi ainda mais
tenebroso. “Pessoas talentosas às vezes fazem coisas ruins”, escreveu. Bom, sair
por ai comandando assassinatos de gente inocente não é lá algo fácil de se
perdoar.
Ódio
No caso de Manson, não há desculpas. Sua persona
artística é discutivel e sua existência era baseada no caos, no ódio e no
desejo de matar. Mas por uma série de questões, ele se tornou o psicopata mais
famoso do mundo.
Desde os assassinatos da atriz Sharon Tate e do casal La
Bianca em 1969, até sua morte, aos 83 anos, o cara virou referência para
gerações de idiotas e até mesmo de rockstars como Axl Rose, que gravou música
dele, Marylin Manson, por motivos óbvios, e Malakian.
Artista frustrado, despejou seu ódio a todos da indústria
que lhe deram as costas comandando crimes hediondos. Aproveitou-se da onda
hippie para atrair jovens desmiolados e criar uma seita: a Família
Manson.
Polanski
Chamou a atenção até de Dennis Wilson, baterista dos
Beach Boys, que quase caiu na lábia do sádico. Fã de Beatles e Beach Boys,
escreveu uma série de músicas ruins que, décadas depois, foram ‘redescobertas’
pelas novas gerações.
Em sua autobiografia, o diretor Roman Polanski, viúvo de
Sharon Tate, lembra que a época as investigações, ficou surpreso quando soube
que os autores do crime eram aqueles ‘hippies’ que estavam acampados a poucos
metros de sua casa.
O maior castigo para um sujeito como Manson seria seu
total esquecimento. Mas isso nunca aconteceu. Filmes, livros, documentários e
músicas de sua autoria foram lançados nos anos seguintes. Tornou-se uma celebridade da pior maneira.
Seitas
Além disso, seitas
comandadas por assassinos e suicidas se alastraram pelos EUA e seu legado ainda
nos assombra.
Os ‘natural born killers’ nunca vão deixar de existir,
mas reverenciá-los é o tipo da coisa que demonstra que esse mundo está (ou
sempre esteve) do avesso!!!
Obs: Enquanto escrevo isso aqui, Quentin Tarantino dá início a produção de um filme que terá os assassinatos da família Manson como pano de fundo. Deus nos acude!!!