quinta-feira, 19 de outubro de 2017

O show mais doido do White Stripes


Uma das bandas mais representativas do rock dos anos 2000 foi o White Stripes. Formado em 1997 em Detroit por Jack White e sua ex-esposa Meg White, a dupla forjou um rock simples e garageiro, baseado no blues e no folk. O grupo acabou em 2011, Meg desapareceu dos holofotes e Jack produz a todo vapor em Nashville, no Tennessee.

Os norte-americanos passaram pela América do Sul duas ou três vezes, mas em uma dessas turnês realizaram aquele que é considerado o show mais surreal de suas carreiras. O ano era 2005, o país era Argentina, a cidade Puerto Iguazu e o local, um clube minúsculo no meio do nada chamado La Reserva.

Quem viu, diz que foi um das apresentações mais doidas que já testemunharam. Imagine uma banda internacional no auge da carreira que decide se apresentar numa currutela na Tríplice Fronteira - entre Brasil, Argentina e Paraguai - para algumas centenas de fãs a preços populares?


Sortudos
Pois dois desses sortudos que estiveram em La Reserva na noite de 26 de maio, foram os jornalistas paranaenses Luis Fernando Wittemburg e Fabio Galiotto, com quem tive o prazer de trabalhar em São Sebastião do Ribeirão Preto.

Essa história nunca saiu da minha cabeça e pedi para que Luis Fernando contasse para o blog. Pois bem:

“Nós morávamos em Foz do Iguaçu, mas gostávamos mesmo era do Paraguai e Argentina. Mas a gente não ia pras baladas, bebíamos nos bares das ruas de Puerto Iguazu. Um dia, um dos nossos amigos da Globo nos avisou que ia ter show do White Stripes no La Reserva. Ficamos abismados, porque não era o estilo do lugar”, lembra Luis.

O jornalista conta que o La Reserva era uma casa de música ‘disco’,  feita de madeira, com um apelo meio rústico, onde ele e os amigos iam sempre tomar ‘umas e comprar queijo e azeitona’. “Aproveitamos e garantimos o ingresso: trintão”, diz.


Turnê
O show fazia parte de uma turnê do duo pela América do Sul. O diferencial é que, além de capitais como Buenos Aires e São Paulo, Jack e Meg decidiram se apresentar em locais inóspitos para registrar num DVD que iriam lançar.

O palco, ou seja lá o que era aquilo, foi montado na parte de fora do clube. Por causa do frio, colocaram de forma improvisada, lonas de caminhão em volta para proteger banda e público. Luis acredita que não havia mais do que 500 pessoas no local.

“O lugar era aberto. Lá é um calor do cão, mas, no frio, era um frio do cão. E foi no fim de maio, então, fez um frio do caralho. A gente entrou, tinha muito espaço vazio. Ficamos bem perto do palco, não só porque tinha pouca gente, mas também porque não tinha muito espaço pra ficar longe”, diverte-se Luis.

O jornalista lembra que ele ficou tão próximo do palco, a poucos metros de Jack e Meg, que o som alto chegava a incomodar.

“Cara, eu achei ótimo. O Jack tem muita energia e empatia e a Meg parecia uma autista (ahahah). Mas é o estilo dela, né?”, comenta Luis.  



Saudades
Luis, que hoje vive em Londrina, lembra com carinho o tempo em que morou em Foz do Iguaçu.“Era divertido viver lá. Entre todas as esquisitices que a Tríplice Fronteira oferece, teve o show do White Stripes e um do Café Tacuba também, no Paraguai”, recorda, referindo-se a excelente banda mexicana.

“Gastamos R$ 120 para ir de busão, comer, beber, comprar os ingressos e voltar. Ah, e ainda dormimos num hotel no centro de Assunção”, diz.

Bom, essa história, a gente conta num outro dia. Valeu, Luis!!!!!!








2 comentários:

  1. Haveria como você compilar tudo que você gravou em áudio/vídeo (no formato original, sem compressão), juntamente com fotos, e compartilhar conosco? Sensacional!

    Muito obrigado!

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    Respostas
    1. Aloha, td bem? Rapaz, na verdade, todas essas fotos e video, peguei na internet. Tentei um material próprio de quem foi no show, mas impossivel... Grande abraço!

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