Uma das bandas mais
representativas do rock dos anos 2000 foi o White Stripes. Formado em 1997 em
Detroit por Jack White e sua ex-esposa Meg White, a dupla forjou um rock
simples e garageiro, baseado no blues e no folk. O grupo acabou em 2011, Meg
desapareceu dos holofotes e Jack produz a todo vapor em Nashville, no
Tennessee.
Os norte-americanos passaram
pela América do Sul duas ou três vezes, mas em uma dessas turnês realizaram aquele
que é considerado o show mais surreal de suas carreiras. O ano era 2005, o país
era Argentina, a cidade Puerto Iguazu e o local, um clube minúsculo no meio do
nada chamado La Reserva.
Quem viu, diz que foi um das
apresentações mais doidas que já testemunharam. Imagine uma banda internacional
no auge da carreira que decide se apresentar numa currutela na Tríplice
Fronteira - entre Brasil, Argentina e Paraguai - para algumas centenas de fãs a
preços populares?
Sortudos
Pois dois desses sortudos que
estiveram em La Reserva na noite de 26 de maio, foram os jornalistas
paranaenses Luis Fernando Wittemburg e Fabio Galiotto, com quem tive o prazer
de trabalhar em São Sebastião do Ribeirão Preto.
Essa história nunca saiu da
minha cabeça e pedi para que Luis Fernando contasse para o blog. Pois bem:
“Nós morávamos em Foz do
Iguaçu, mas gostávamos mesmo era do Paraguai e Argentina. Mas a gente não ia
pras baladas, bebíamos nos bares das ruas de Puerto Iguazu. Um dia, um dos nossos
amigos da Globo nos avisou que ia ter show do White Stripes no La Reserva. Ficamos
abismados, porque não era o estilo do lugar”, lembra Luis.
O jornalista conta que o La
Reserva era uma casa de música ‘disco’, feita de madeira, com um apelo meio rústico,
onde ele e os amigos iam sempre tomar ‘umas e comprar queijo e azeitona’. “Aproveitamos e garantimos o
ingresso: trintão”, diz.
Turnê
O show fazia parte de uma
turnê do duo pela América do Sul. O diferencial é que, além de capitais como
Buenos Aires e São Paulo, Jack e Meg decidiram se apresentar em locais inóspitos para registrar num DVD que iriam lançar.
O palco, ou seja lá o que
era aquilo, foi montado na parte de fora do clube. Por causa do frio, colocaram
de forma improvisada, lonas de caminhão em volta para proteger banda e público.
Luis acredita que não havia mais do que 500 pessoas no local.
“O lugar era aberto. Lá é um
calor do cão, mas, no frio, era um frio do cão. E foi no fim de maio, então,
fez um frio do caralho. A gente entrou, tinha muito espaço vazio. Ficamos bem
perto do palco, não só porque tinha pouca gente, mas também porque não tinha
muito espaço pra ficar longe”, diverte-se Luis.
O jornalista lembra que ele
ficou tão próximo do palco, a poucos metros de Jack e Meg, que o som alto chegava
a incomodar.
“Cara, eu achei ótimo. O
Jack tem muita energia e empatia e a Meg parecia uma autista (ahahah). Mas é o
estilo dela, né?”, comenta Luis.
Saudades
Luis, que hoje vive em
Londrina, lembra com carinho o tempo em que morou em Foz do Iguaçu.“Era divertido viver lá. Entre
todas as esquisitices que a Tríplice Fronteira oferece, teve o show do White
Stripes e um do Café Tacuba também, no Paraguai”, recorda, referindo-se a
excelente banda mexicana.
“Gastamos R$ 120 para ir de
busão, comer, beber, comprar os ingressos e voltar. Ah, e ainda dormimos num
hotel no centro de Assunção”, diz.
Bom, essa história, a gente
conta num outro dia. Valeu, Luis!!!!!!
Haveria como você compilar tudo que você gravou em áudio/vídeo (no formato original, sem compressão), juntamente com fotos, e compartilhar conosco? Sensacional!
ResponderExcluirMuito obrigado!
Aloha, td bem? Rapaz, na verdade, todas essas fotos e video, peguei na internet. Tentei um material próprio de quem foi no show, mas impossivel... Grande abraço!
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