O carioca Jards Macalé - Macau para os íntimos - se apresenta
neste sábado em São Sebastião do Ribeirão Preto no Armazém Baixada. Meus
sinceros parabéns aos envolvidos. Jards é um dos grandes nomes da nossa dita
MPB que nunca teve o devido reconhecimento do público.
Não que ele fizesse muita questão de ser popular. Seu samba
torto, insano e poeticamente explosivo passa longe de modas e ‘cultos’ que
transformaram a música brasileira num celeiro de espertalhões e capitanias
hereditárias. Por anos, foi considerado maldito pela imprensa e gravadoras, mas Macau é, na verdade, uma benção para esse país.
A seguir, cinco bons motivos para que você, leitor, não
perca esse show:
1 – ‘Jards Macalé apresenta a Linha da Morbeza Romântica em Aprender a
Nadar’ é o meu disco preferido dele. Comprei o LP ainda nos anos 1980, quando
eu era um adolescente que se lixava para a MPB. Mas o disco é tão maluco e bonito que me
pegou de jeito. Ouça inteiro!
2 – ‘Farinha do Desprezo’ é a música que mais gosto de
Jards. Um samba/jazz/rock com uma letra absurda e meio autobiográfica. Rebelde
entre os rebeldes, o músico comeu muito da farinha do desprezo. Mas com muito estilo,
claro!
3 – Nos anos 1980, Jards estava numa ‘bad’ tão grande que
chegou a pensar em se matar. João Gilberto o tirou da depressão e, em seguida,
nosso herói soltou um dos melhores discos de ‘covers’ da música nacional. ‘Quatro
Batutas & Um Coringa’ só tem pérolas do samba de raiz. Uma das faixas que
mais gosto é ‘Acertei no Milhar’, que ficou famosa na voz de Moreira da Silva,
ídolo supremo de Jards.
4 – ‘Vapor Barato’, escrita por Jards e pelo amigo/poeta
Wally Salomão, é a música mais famosa do carioca. A versão de Gal Costa ainda é
imbatível. Confiram na voz da baiana!
5 – Claro que a gente não pode esquecer da clássica ‘Gotham
City’, escrita por Jards e Capinam. Essa versão ao vivo de 2009 em que Jards usa uma máscara do Batman, é
sensacional!
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