O rock agoniza, mas ainda encanta
velhos corações que pulsam com eletricidade e distorção. Uma das bandas prediletas
do blog, Les Deuxluxes, formada pela dupla canadense Anna Frances Myers e
Etienne Barry, é a prova de que onde há guitarra, há esperança.
No caso deles são duas
guitarras e um kit de bateria montado especialmente para que Etienne o toque
somente com os pés. O rapaz é um verdadeiro malabarista.
A dupla encerra sua turnê no
Brasil neste final de semana, com um show neste sábado no Rio de Janeiro e, de
acordo com Etienne, uma apresentação surpresa em SP, talvez nesse domingo.
Ao vivo
Este que vos escreve
conferiu a dupla em ação num estúdio de gravação em Americana (SP), o Édem Records. Eles abriram
para o Autoramas, reis do garage pop nacional, e mesmo num local que ainda
precisa se adaptar para dar uma estrutura digna para um show, mostraram que boa
música se faz com pouco.
Tocaram para cerca de vinte a trinta pessoas durante 40 minutos. Tudo muito alto, mas bem executado e
vibrante. Infelizmente a voz magnifica de Anna não estava nítida, mas a menina (que fala português!) é uma força da natureza e dominou o pequeno palco. Etienne é justamente o
avesso. Um mestre zen em seu oficio, segurando a onda nos momentos mais
complicados.
Conterrâneos
É uma felicidade única ver
esses dois jovens tão talentosos dedicarem-se a um gênero ‘fora de moda’ de
forma determinada. Despencaram sozinhos de sua Montreal local para uma turnê sul-americana
cheia de altos e baixos e não esmoreceram.
São o avesso dos conterrâneos
do Arcade Fire que também estão no Brasil, mas para alguns shows gigantescos
com estrutura invejável. Porém, se o Arcade parece vive um momento de impasse
criativo com o péssimo ‘Everything Now’, Les Deuxluxes segue firme e forte na
cena garageira.
Foi curioso vê-los ao lado dos amigos do Autoramas
em Americana. O líder Gabriel Thomaz é um incansável batalhador da cena
independente nacional e não dá sinais de cansaço.
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